quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

PONTO DE EBULIÇÃO

Cole em mim o chá,
nos olhos do cérebro.
Quem sabe assim esqueço
do que não foi dito?

Na madrugada o ferro
tapa buracos, as deixas
da ira, ponto de ebulição.
Tô pertíssimo.

Nenhuma grana e
nenhuma mensagem sua e
eu não sei
o que me custa mais.
Se também é falta de espírito,
amor, fé ou drogas.
Provavelmente o último.
Entorpecentes cagados
na sarjeta da boca
como moedas
num caça-níquel.

A chaleira apitou.