quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

CAMINHADA

Aplausos ao vão entre um
escuro e o outro.
Caminhada vespertina,
seguindo o sol cansado
após um chuvisco de verão.
As poças não mentem,
entregam a gente,
o de repente,
o rosto que sente.
Espelhos naturais como
os olhos da rua.
Tanta pessoa
numa esfera meio oval
e ainda assim tropeço
em você.

"Olha, não tá funcionando.
Melhor pararmos por aqui."

Palavras que a brisa trouxe.
Por que agora? 
Logo AGORA?

Palavras que cimentaram
toda a beleza. 
Acinzentaram todas as 
ondas do espectro.

Só restou a caminhada.
Sempre em frente.