sábado, 13 de fevereiro de 2021

DESVANEIOS DESTRUTIVOS

Outro dia do apocalipse,
no fim das eras de rolê.
No fim do incerto caos externo,
para o começo do caos completo.
Corpo, mente e mundo numa massa
uniforme de sonhos estilhaçados.
O corpo mente o mundo.
A aniquilação espreitando
em cada esquina, em cada sina.
Cada frasco de desespero 
borbulhando colarinhos,
gastando todos os auxílios
da enorme e impotente
mão controladora.
Serenata em mil janelas
e dez mil panelas
no silencioso.
Sereno de ruas vazias,
bailes cheios,
guerra fria civil.

Outro dia do apocalipse,
a história teima em continuar,
sofrendo e sangrando tosses,
viroses. 
Caixões de papelão
sendo reciclados no
ferro-velho à sete palmos
do abismo.
Atuação vendendo mentira,
impondo verdades que
nunca aconteceram.
Reproduções tolas, estúpidas.
Programações igualmente pútridas.

O dia passa quieto. 
Formiga de canto, singelo.
Passa sem dizer que passou,
enquanto corroemos tudo,
tudo, tudo, tudo, tudo!