Quente como mil bocas na Augusta.
O suor molha a cama, a pele, meus tremores.
Todos os pensamentos congestionados
nos nervos do cérebro, repetindo
o efeito estufa da ansiedade.
E eles não param de me julgar.
PAREM DE ME JULGAR!
PAREM DE ME JULGAR!
Eles nunca irão parar.
O jeito é deixar que a febre tome conta.
Quente como cem cigarros acesos
num quarto sem janelas.
Não sou mais dono dos poucos trocos
que a vida me dá.
Tá tudo investido em medicação,
em meditação, em mediação.
Eles nunca vão parar de nos julgar,
você consegue entender isso?
Você realmente entende isso?
É hora de ferver e borbulhar
a gota d'água.
E no estado mais febril possível,
contagiar a doente censura
com espirros de auto-expressão.
Lembrar que normal não é saudável.
E que julguem e julguem e julguem
até seus
cus
explodirem.