Quando me sinto confortável
com alguém, eu simplesmente
deixo transparente
os defeitos de fábrica e
os defeitos adquiridos,
os desgastes do tempo
e mau uso da ferramenta.
Conversas, quando fluem,
são como aquela brisa que
encosta suavemente na pele
numa tarde de outono.
Quando não precisa pensar
no que dizer, as palavras
saindo da boca, dos dedos,
uma correnteza amena
de pensamentos e sentimentos.
É raro isso acontecer comigo
porque eu penso demais e
me preocupo demais
com o que as pessoas
pensam de mim.
É por isso que amo os loucos,
os que não temem o ridículo.
Os que ficam fazendo
barulho de peido com a boca.
Os que arrotam e gritam "Auê"
e dão um tapa na testa
dos desavisados.
Os que choram quando bebem.
Que dizem "Eu te amo", sem medo
do silêncio como resposta.
Quando a conversa flui,
eu apenas vou junto,
desbravando as águas do próximo,
equipado com o
melhor riso que possuo.
Agora senta aqui e
conversa comigo.
Tô precisando...