terça-feira, 12 de outubro de 2021

CANETA

Caneta, canetinha
vai tomar no cu.
Por que sempre
some quando eu preciso
de você?
Vou te chamar de colega.
Colega azul, esferográfica.

Caneta, canetinha,
me faz um poeminha
de putaria

(tô tão carente).

Calcula as contas do mês.
Anota o que falta 
na geladeira
e na minha vida.

Cospe na folha meus sentimentos,
minha relação universal
com o nada.

Vamos, caneta, não falhe agora.
Observo tantos problemas.
Preciso escrever soluções.
Sumir não adianta.

Caneta, canetinha,
acabou a tinta.
Não sei se foi a sua
ou se foi a minha.