eu estava feliz
até uma abelha entrar no quarto,
olhar minha cara
e ir embora.
não sou suficiente
nem pra uma abelha.
fui atrás dela,
podia escutar o escárnio
nas flores,
enchia a cara de néctar
e ria da minha
barriga branca e
meus braços finos
e bolsos vazios.
fui atrás dela
com a fúria de uma
tempestade e
a encontrei com suas amigas
e elas nem perceberam
minha presença.
estavam todas preocupadas
com seus ferrões.
eu agradeci em pensamento.
a ferroada mais dolorida
é aquela que acontece
dentro da cabeça
e apenas lá.