Ah Segunda, sua imunda!
Volta e meia me aparece,
uma vez por semana,
de novo, de novo, de novo.
Parece amor do passado
passando
quando quer,
sem convites.
Tento te evitar,
pular pra próxima.
Mas ah, Segunda...
Já tá aí
expulsando meu domingo,
me acordando,
me enfiando no trem.
As rodas deslizando
sobre os trilhos e
minha testa deslizando
pra janela.
Nem engantei a primeira e
a semana já começa
na segunda.
Pego o embalo,
num estralo
tudo faz sentido;
mais uma volta
na corrida infinita.
Ah segunda, a mais querida
apenas quando acaba.