Tô ansioso, fumo.
Tô tranquilo, fumo.
Tô sempre alguma coisa.
Eu nunca tô nada.
Penso, fumo.
Como, fumo.
Bebo, fumo.
Tô sempre fazendo algo.
Eu nunca tô fazendo nada.
O coração fica batendo e
a boca fica te desejando
e quando tô do seu lado, fumo.
Quando tô longe, fumo.
Tô quase sempre orbitando.
Eu quase nunca tô no nada.
No quase que sobra eu fumo.
De resto fica só fumaça.
É por isso que sempre volto.
Há desculpas e nenhuma solução.
Fumo perguntando.
Fumo respondendo.
E entre um silêncio e outro,
preciso ir até a padaria
comprar mais um maço.
Até lá, fumo
o último cigarro.