pelos buracos de um
muro de abstrações.
Vejo-o cantando sozinho
e mijando na parede
do banco.
Cuspindo no chão e
blasfemando o
deus noite.
Como se aquele modo de vida
fosse um truque de mágica.
Mas era só realidade.
Suas roupas rasgadas
como dilacerações
na própria alma.
Sinto inveja de sua liberdade,
mas sinto inveja
de qualquer um.
Há uma admiração
quase que inabalável.
E um ranço.
Uma pena.
Um desprezo.
Um louco na rua,
mijando e gritando.
Eu, normal, tentando ignorar.
Insanidade é subjetiva.