segunda-feira, 28 de outubro de 2024

LUZES DA CIDADE

vomitei na esquina
um gosto de memórias
na língua

acho que nem um cigarro ajuda

passos dementes
de gente doente
de alma

luzes da cidade
cegando encontros
sua felicidade não me convence
sua insobriedade é real
cabe numa garrafa

tudo na cidade é quase cinza
e quando amam
seu amor não tem cores
é branco como uma folha sem criatividade
e preto como um quarto solitário

perdi seu contato
hoje vou chupar um buraco
desconhecido
não há conhecidos quando
todos escondem sua loucura

a minha tá gorfada na calçada
do lado de um maço de Eight
embaixo de um poema pichado