não agora que me desencontrei.
fugi das memórias
no tempo de um trago.
tá meio insalubre
mas tá bom.
não conheço ninguém aqui
nem a pessoa que sou.
eu não quero ir embora.
agora que a gente se sorriu.
agora que a gente se deu uma chance
de escutar um ao outro
sem esperar
nossa próxima fala.
vamos ficar mais um pouco.
próxima rodada de desabafos
e uma oportunidade
de não sermos tão líquidos
evaporando na pressa do desapego.
agora, que guardamos
as máscaras na mochila
e estamos de cicatrizes
gargalhando nossas dores.
não vá.
eu sei que amanhã
seremos estranhos conhecidos.
deixa eu aproveitar mais um pouco
o meu gostar da sua companhia
já que depois
nos evitaremos.
eu...
eu só não quero ir embora...