copos vazios não trazem
boas lembranças.
vamos enchê-los de cerveja
e pagar nossa fiança
pra sermos livres uma só noite
daquilo que mais tememos.
pra ser abrigo e ser a foice
que ceifa os nossos medos.
você já disse que talvez.
então vamos até o meio do caminho.
já virei, é sua vez.
dope sua alma com muito carinho.
um brinde ao acaso.
o papel que desfaço.
o espaço cheio de um maço
tem tanto significado.
eu não me largo hoje.
se for pra ficar sozinho
prefiro fingir sorriso
quando você beija minha boca
sem me conhecer.
sem me entender.
pra que pensar
se posso viver?
pra quê, também?
pra quê?
copos cheios não trazem
boas histórias.
vamos esvaziá-los
criar insanas memórias.
pra sermos livres uma só noite
daquilo que cobram a gente.
pra ser amigo de uma escolha
ser aquilo que podemos.
você já brinca com o bar.
essas são nossas paredes.
vai ser tão fácil viajar.
a loucura é meu deleite.
cérebros gelados
são mais desapegados.
vamos beber
até esquecer
meu corpo excitado
com seu descaso.
venha me conhecer.
tente me entender.
pra que pensar?
se pra morrer temos que viver?
pra quê, também?
pra quê?
copos na metade são o começo do fim.
sou pessimista sim.
sou otimista assim.