sento e batuco meus dedos no teclado
sem encostar nas teclas
até que algo possa ser dito.
bebo e fujo do mundo
sentindo uma fração de tudo.
lembrete de poesia;
aquele dia que nunca mais será.
perco minha identidade
quando busco uma personalidade
que agrade
alguém menos importante
que meu reflexo.
nem toda pessoa sabe ser gente.
por isso permaneço em casa
com as roupas velhas no corpo
enquanto as novas mofam de ansiedade.
sento e negocio com o acaso
alguns versos subconscientes.
aperto a descarga.
fluxo de cantinho do vale
escorre as merdas que sinto
pra tela do computador.
lembrete de poesia;
ritmo sem rima
quebrando o flow.
hoje terei algo para vocês.
uma linha minha
sangrando tinta.