eu não te orbito.
não orbito ninguém.
nem vem;
eu danço o espaço
que me convém.
eu saio pra conseguir entrar
no que desejo ser.
é bem difícil aparecer
quando te querem além
daquilo que está disposto.
eu sinto o osso da minha alma
ficando oco
quando preciso meter o louco
só pra ter um pouco
de mim em nós.
que venham todas as ruas então
e todas as suas loucuras.
eu sou a própria insanidade
buscando alívio em reciprocidade.
é um desaforo
não me entender
nos dias que não sou
pra você.
não te perguntei.
deixa que eu sei
me comportar
nas minhas regras.
todo corte é trégua.
a guerra entre minha alma
e aquilo que se espera
de um adulto responsável.
um brinde especial
com copo descartável.
eu sou isso.
um pouco de tudo
o que me fez.
minhas cagadas
e o resto todo
me formando
um ser e tanto.
então não me venha
com seus planos.
já me garanti nos meus anos
florescendo na lama dos enganos.