Quero devorar cada filete da vida,
fazer dela churrasco,
no ponto,
sangrando como sangro
por dentro.
Temperar com sal grosso,
mandar ver
ao som de samba raiz,
rock, pagodão, batidão,
silêncio.
Liberdade para devorar a vida
e arrotar meus medos.
Anseio pelo gosto de
cada
átomo.
Consumir o tempo
como uso o tempo
para consumir.
Desejo muito da vida.
Desejo tudo da vida.
Você se surpreenderia.
Pois eu sei que acaba,
e acaba rápido.
Quando baterem na minha porta
de foice e capa preta,
de pente carregado e dedo no gatilho,
quero sorrir