Vou sentar debaixo duma árvore e
chapar o globo
até alcançar a iluminação.
Tô convocando meu Buda.
É tanta abstração que já
esqueci qual o problema,
mas o problema não me esqueceu.
Vou sentar debaixo duma árvore e
tomar um shot de sol
e outro de absinto.
Dois copão de vento,
três carreira de terra.
Quando foi que sorrir sozinho
ficou tão difícil?
Antes era mais barato ser feliz.
Tô há tanto tempo debaixo
da árvore que os pombos
perguntaram se estou bem.
O céu fechou, goró acabou e
alegria é o tempo de vida
de um girassol.
É tudo ilusão e sou
um iludido medindo sonhos
com prestações.
Mas chega;
tá na hora de levantar.