sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

NOVOS CAPÍTULOS DE UM LIVRO VELHO

Construindo torres das moedas
que peço e perco pelas
escadas quando caio
na noite, da noite, com a foice
esticada sobre o pescoço
no esforço de não perder a cabeça.
Colar de níquel, ferro enferrujado
poder de comprar
o que já tá pago.
E é nessas remessas,
nas vielas das arestas
que artista se distrai
contando com um pouco de amor.
Amor que cisma. Amor teimoso.
Amor que puxa até o esgoto.
Ele esgota as notas
mais caras das
canções mais baratas.
No fim, não vale nada.
Enfim, não quero nada.
Assim eu posso ter tudo
e em mim guardar todo um mundo.