Garoa híbrida molhando
a vida.
Gotas de sol nos raios
da chuva.
Viajei quilômetros pra
ver
a Terra pelada.
Cobrindo as partes com
pastos,
com matos e
verde-claro.
Ouvi vacas fofocando
sobre cavalos que pulam
a cerca.
Ouvi galinhas
comentando
sobre patos que nadam
na seca.
Tucanos raros e
honestos
sobre galhos públicos.
O horizonte se
estreitando
por entre os montes
distantes.
Aqui, onde o espaço
não passa...
Aqui, onde viver já
basta,
eu sinto falta de você.
Garoa límpida olhando
saudade.
O tempo fecha.
Por que caralhos
estamos
tão longe?
Por que eu fodo com
todo
relacionamento que
tento manter?
Será que eu sou um
merda?
Por que tá todo mundo
se dando bem sendo
escroto
pra cassete nessa
porra? E...
O tempo abre.
Viajo quilômetros pra
voltar
à Terra que veste
asfalto.
Cobrindo tudo de cinza,
fumando cigarros de gás
carbônico.