Meus dedos são ótimos em
puxar assunto com seu corpo.
Eles conversam com
cada centímetro seu,
passando dos seus cabelos
para os seus pelos.
Gosto que eles ainda estejam
em seus devidos lugares.
Nós não estamos.
Pelo menos a minha
língua
ainda sabe abraçar a sua.
Você desaprendeu.
É tempo demais entre
nossos lábios e
é vazio demais entre
seus gemidos.
Você está fria e, ao mesmo tempo,
molhada.
Quente por dentro, eu sei.
Sua lubrificação não mente que
ainda há algo acontecendo aqui.
Mas nós mal conversamos.
Você não me disse bom dia e
nem perguntou se eu senti a
sua falta.
E mesmo assim, aqui estamos:
meu dedo médio massageando seu clitóris
suavemente.
Suas pernas tremendo e mudando de posição.
Sua respiração ofegante, seus olhos
olhando para minha boca, o desejo
da mordida, do "eu te amo", do
que já passou e persistiu...
Pronto!
O silêncio, o teto do quarto, o lençol bagunçado,
as palavras que não foram ditas.
Meu corpo ainda sabe
conversar com o seu.
Só que isso não basta.