Já estávamos sozinhos há
muito tempo e
isso ajudou um pouco.
Comecei pelos beijos,
tirei a parte de cima,
encostei meus lábios no pescoço,
passei pro peito e deslizei até
um pouco abaixo do umbigo.
Senti seu corpo tremer.
Abaixei as calças, tirei a
roupa íntima e
chupei carinhosamente
tudo o que havia alí embaixo.
Os dedos se entrelaçavam
pelos meus cabelos enquanto
eu trabalhava.
Noite cinza, o véu solitário
preso no medo de se soltar.
Mas se soltou (culpa da minha língua quente, mole e úmida), num orgasmo que
lavou tudo pela frente.
Tento não me apaixonar pelo seu
rosto cansado e macio;
é isso o que me fode.
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018
FODE
terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
SOBRE ESCREVER ESTANDO BEM
Algumas vezes eu tenho uma crise ou outra. Não importa muito do quê; só perceba que eu sou um cara normal, num planeta normal, numa existência normal. Geralmente quando eu travo, alguém aparece pra eu me apaixonar. Então surgem alguns poemas românticos, uns pensamentos bestas sobre sexo e aí eu espero até me decepcionar novamente. Vou pra rua, começo a observar mais as pessoas. Tento reparar no que elas têm que eu ainda não tenho. A primeira resposta é dinheiro. Entretanto ela se contradiz na maioria das vezes. Não, eu já tive muita grana (pelo menos pro que eu quero da vida), mas mesmo assim as pessoas sorriam de uma forma diferente da minha. E era sobre isso a nova leva de poemas: nossas diferenças.
Se você busca uma fórmula mágica pra escrever, então aqui está uma: sofra. O máximo que você puder. Depois ultrapasse isso. Geralmente não é muito difícil. Os sentimentos sairão verdadeiros, rasgando sua cabeça como estiletes enferrujados.
Só preciso te avisar que tudo passa. Uma hora não haverá motivos para escrever. Quando você não precisar dos poemas, você descobrirá se é esse o seu caminho. Pois se você consegue digitar um verso ostentando um sorriso, e mesmo assim esse verso presta pra alguma coisa, então pode seguir em frente sem pestanejar. É que tem muito viciado por aí. Viciado em costumes, em modas, no passageiro. Falam e escrevem como os mortos respiram. E há pouca vida na nossa cena, no nosso filme de rua.
Não seja só mais um. Tenha as suas crises. Supere-as e sinta orgulho disso. Ou sinta o que for; não importa enquanto você se expressar.
Se você busca uma fórmula mágica pra escrever, então aqui está uma: sofra. O máximo que você puder. Depois ultrapasse isso. Geralmente não é muito difícil. Os sentimentos sairão verdadeiros, rasgando sua cabeça como estiletes enferrujados.
Só preciso te avisar que tudo passa. Uma hora não haverá motivos para escrever. Quando você não precisar dos poemas, você descobrirá se é esse o seu caminho. Pois se você consegue digitar um verso ostentando um sorriso, e mesmo assim esse verso presta pra alguma coisa, então pode seguir em frente sem pestanejar. É que tem muito viciado por aí. Viciado em costumes, em modas, no passageiro. Falam e escrevem como os mortos respiram. E há pouca vida na nossa cena, no nosso filme de rua.
Não seja só mais um. Tenha as suas crises. Supere-as e sinta orgulho disso. Ou sinta o que for; não importa enquanto você se expressar.
EU FAÇO O MEU CAFÉ
Café está na pausa do costume
de tentar arrancar energia da
continuidade.
Nunca paramos.
Nunca dormimos.
Nem respiramos.
Nem nos abrimos
pro que dá pra ser
sendo você, e
pro que dá pra ver
sem entender.
Preciso fazer a barba e cortar o sal.
Também preciso de um trabalho
que me faça mal.
E enquanto eu penso num jeito de vender fé
eu faço
o meu
café.
Mas não se guarda mais amor como
antigamente.
Você só cola o que te cabe
e pinta a parede
pra reformar o cemitério
de expectativas.
Um caso sério com alguém que iluda
perfeitamente
pra não precisar
seguir em frente.
E enquanto eu penso num jeito de vender fé
eu faço
o meu
café.
de tentar arrancar energia da
continuidade.
Nunca paramos.
Nunca dormimos.
Nem respiramos.
Nem nos abrimos
pro que dá pra ser
sendo você, e
pro que dá pra ver
sem entender.
Preciso fazer a barba e cortar o sal.
Também preciso de um trabalho
que me faça mal.
E enquanto eu penso num jeito de vender fé
eu faço
o meu
café.
Mas não se guarda mais amor como
antigamente.
Você só cola o que te cabe
e pinta a parede
pra reformar o cemitério
de expectativas.
Um caso sério com alguém que iluda
perfeitamente
pra não precisar
seguir em frente.
E enquanto eu penso num jeito de vender fé
eu faço
o meu
café.
DIÁLOGO ENTRE CORPOS
Meus dedos são ótimos em
puxar assunto com seu corpo.
Eles conversam com
cada centímetro seu,
passando dos seus cabelos
para os seus pelos.
Gosto que eles ainda estejam
em seus devidos lugares.
Nós não estamos.
Pelo menos a minha
língua
ainda sabe abraçar a sua.
Você desaprendeu.
É tempo demais entre
nossos lábios e
é vazio demais entre
seus gemidos.
Você está fria e, ao mesmo tempo,
molhada.
Quente por dentro, eu sei.
Sua lubrificação não mente que
ainda há algo acontecendo aqui.
Mas nós mal conversamos.
Você não me disse bom dia e
nem perguntou se eu senti a
sua falta.
E mesmo assim, aqui estamos:
meu dedo médio massageando seu clitóris
suavemente.
Suas pernas tremendo e mudando de posição.
Sua respiração ofegante, seus olhos
olhando para minha boca, o desejo
da mordida, do "eu te amo", do
que já passou e persistiu...
Pronto!
O silêncio, o teto do quarto, o lençol bagunçado,
as palavras que não foram ditas.
Meu corpo ainda sabe
conversar com o seu.
Só que isso não basta.
puxar assunto com seu corpo.
Eles conversam com
cada centímetro seu,
passando dos seus cabelos
para os seus pelos.
Gosto que eles ainda estejam
em seus devidos lugares.
Nós não estamos.
Pelo menos a minha
língua
ainda sabe abraçar a sua.
Você desaprendeu.
É tempo demais entre
nossos lábios e
é vazio demais entre
seus gemidos.
Você está fria e, ao mesmo tempo,
molhada.
Quente por dentro, eu sei.
Sua lubrificação não mente que
ainda há algo acontecendo aqui.
Mas nós mal conversamos.
Você não me disse bom dia e
nem perguntou se eu senti a
sua falta.
E mesmo assim, aqui estamos:
meu dedo médio massageando seu clitóris
suavemente.
Suas pernas tremendo e mudando de posição.
Sua respiração ofegante, seus olhos
olhando para minha boca, o desejo
da mordida, do "eu te amo", do
que já passou e persistiu...
Pronto!
O silêncio, o teto do quarto, o lençol bagunçado,
as palavras que não foram ditas.
Meu corpo ainda sabe
conversar com o seu.
Só que isso não basta.
BLOCO
Vazio é o escape da agonia.
Mas não quero ser mórbido num
carnaval.
Prefiro tentar ser normal
enquanto ainda é verão.
É difícil dizer qual a diferença
entre momentos ruins
e alguma bênção.
Pois o pior eu já
chamei de "amor", e
o melhor me trancou
no quarto por um ano.
Eu nunca liguei muito pro que eu dizia
enquanto a véspera não chegava.
Mas não quero ser feliz
dentro do outono.
Prefiro tentar ser anormal
no mundo recatado da euforia.
Vazio é o santo das multidões
usando coroa falsa na terapia.
Só não se deixe engolir
pelo raso estreito da perfeição,
porque somos o que erramos
e o que conquistamos sempre
em vão.
Mas já chega de depressões que rimam.
Mas não quero ser mórbido num
carnaval.
Prefiro tentar ser normal
enquanto ainda é verão.
É difícil dizer qual a diferença
entre momentos ruins
e alguma bênção.
Pois o pior eu já
chamei de "amor", e
o melhor me trancou
no quarto por um ano.
Eu nunca liguei muito pro que eu dizia
enquanto a véspera não chegava.
Mas não quero ser feliz
dentro do outono.
Prefiro tentar ser anormal
no mundo recatado da euforia.
Vazio é o santo das multidões
usando coroa falsa na terapia.
Só não se deixe engolir
pelo raso estreito da perfeição,
porque somos o que erramos
e o que conquistamos sempre
em vão.
Mas já chega de depressões que rimam.
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