segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

MANCHANDO CONFISSÕES

Você já se confessou?
Eu me confesso todos os dias
Nos abraços
Nos prédios que olho
Nas mentiras
Minha onisciência
É limitada aos meus erros
Que eu apago a cada trago
Tá tudo meio borrado, sabe?
Tudo sujo, uma grande mancha
Preta e sem graça
Poderia ser um poema,
Poderia
Sei fazer belos borrões
Isso seria arte
Seria vendida por milhões de euros
Numa exposição na Europa
“Confissões de uma mancha”

Desculpa, estou blasfemando
Ante a escrita, minha pastora
E nada me faltará
Quantos tragos, senhor?
Quantos tragos para

Pagar pelos meus pecados?