“Como você consegue escrever tanto?”, ela
disse.
“Eu vou comendo a vida e
cagando poesia; é natural”, eu disse.
Ela estava na minha cama, nua,
Enquanto eu digitava no computador.
“Pronto. Terminei. Veja o
Que você achou...”
Ela leu. Depois leu de novo.
“Tá uma merda”, ela disse.
Estava mesmo. Publiquei no meu
Blog que ninguém visitava.
Aquele poema era feio demais.
Decidi desligar o computador e
Tentar outro dia, depois de
Fazer amor.
Quem sabe assim eu faria algo
Cheiroso.
No dia seguinte escrevi sobre
Rosas e abelhas.
O poema mais ridículo do mundo.
Algo como:
“As abelhas amam as rosas
E as espalham pelo jardim;
Regar-te a alma incólume em amor
Pra que floresça um sorriso enfim
O sol deita-se em véu esmeralda
Na casa das paixões, a longa distância
Que eu percorro até teus abraços
Os beijos que na cama dançam
Abraça-me num silêncio
Secam-me as lágrimas moídas
Que te gritam na despedida
Ansiando teu corpo em minha vida”
Ela gostou do poema. Deu-me um
Beijo, um aperto.
Todo mundo é ridículo
Quando está apaixonado.