segunda-feira, 25 de julho de 2022

FECHANDO A CONTA

eu não sei quanto que deu.
junta as alegrias, faz vaquinha 
bota na conta
pede uma porção de fritura
e um sachê de loucura.

espero em vão que não acabe.
acho o pôr do sol 
divinamente melancólico
e os portões fechados
da estação
uma merda.

só mais um pouco disso
um pouco de cada um.
o trago de conforto
a risada inesperada
a cadeira vaga
conversas de mais ou menos
e pessoas que não tomam atitude.
"faça o que tu queres".

podíamos deixar tudo pra lá
e viver só neste momento
onde esquecemos
o que não vale a pena 
ser lembrado agora.

abre a latinha
bebe o corote
a garrafa vazia
encosta na guia.
um balde gelado de emoções.

eu não sei quanto que devo
mas sei que valeu a pena.
a alma acena
vai embora o caminho inteiro
sorrindo e dormindo
encostada em um ombro
parceiro.