caí na faixa de pedestres e
minhas coisas voaram
livres para serem as coisas
do mundo.
caí de frente ao bar
debaixo de sorrisos
que encarcerados
são tampados com as mãos.
caí de mim sobre o tumulto
no vai e volta de tudo.
caí de todos para minha cama
parasitando a própria vida
eu vi o que significa
a perda de tempo.
só não caí na real.
doce imaginário que nutre
meus sonhos joviais e teimosos
isso não cai de mim.
ninguém me tira.
meus sonhos são de minha
responsabilidade.
e que eu caia tantas vezes.
é a Terra querendo me abraçar.
um dia, querida. um dia.
hoje não.