eu não sei quanto que deu.
junta as alegrias, faz vaquinha
bota na conta
pede uma porção de fritura
e um sachê de loucura.
espero em vão que não acabe.
acho o pôr do sol
divinamente melancólico
e os portões fechados
da estação
uma merda.
só mais um pouco disso
um pouco de cada um.
o trago de conforto
a risada inesperada
a cadeira vaga
conversas de mais ou menos
e pessoas que não tomam atitude.
"faça o que tu queres".
podíamos deixar tudo pra lá
e viver só neste momento
onde esquecemos
o que não vale a pena
ser lembrado agora.
abre a latinha
bebe o corote
a garrafa vazia
encosta na guia.
um balde gelado de emoções.
eu não sei quanto que devo
mas sei que valeu a pena.
a alma acena
vai embora o caminho inteiro
sorrindo e dormindo
encostada em um ombro
parceiro.