sábado, 19 de fevereiro de 2022

O LITRO E A APOSTA

Quando acaba o litro
é que o riso fica solto
como a rua 
vira sua, 
minha,
nossa.

Minha nossa! 
São que horas?
Como passa depressa.
A noite é festa
de minutos
anfitriada pela lua.
 
Eu queria sua pele nua
na minha.
Seu corpo inteiro.
Fazer bem feito, e refeito,
peito com peito,
sem receio.

É que não sei se te amo
pelo resto dos meus anos
ou só enquanto
a gente vai se beijando.

Quando acaba o litro,
lá se vai o sentido.
Fico repetindo o que sinto.

Alma esplendorosa,
bunda maravilhosa.
Segura o cabelo pra botar pra fora
a mistura taciturna
do álcool com a aposta.

Apostou que aguentaria,
de copo cheio e garrafa vazia,
a vida 
e toda essa putaria.