A aranha papa o dia da mosca,
eu papo meu dia à toa,
tecendo versos pro meu multiverso.
Você caiu na minha teia
mas eu não te comi.
Quem devora sentimentos
é o tempo,
ele tem fome de tudo
que é da gente.
Devorou o que escrevi
sobre você
no bloco com capa de couro.
Quis me ensinar a caçar,
mas eu já caço sem parar.
Caço o que fazer e
quase sempre saio vitorioso.
As latas amassadas abrigam
larvas, sonhos e comida de aranha.
Oito olhos e nenhum deles
pode ver o que iria acontecer.
A teia se desfez.
Recomecei os trabalhos.
Reciclei todos os planos,
principalmente aqueles
que incluíam você.