tratei como eterno
aquilo que durou pouco.
hoje desfaço as pontas
pra bolar uma saudade.
quero fazer fumaça do que sinto.
a noite brilha na ponta do meu cigarro
quente como nossos corpos numa cama.
tô suando antecedentes
restos de mim salgados
evaporando pra qualquer lugar
primavera
pegue suas flores
e dê pra quem ainda consegue
ficar apaixonado.
minha ingenuidade eu mijei no ralo.
tô fritando traumas
jogando gelo nas oportunidades.
e ainda estou quente
queimado
carbonizado
só sobrou o meu sorriso.
e a saudade
que tento apagar no cinzeiro.