parceira inseparável
tira meu ar pra respirar o dela
exposta alma até às costelas
corrente enferrujada na minha mente
eu lubrifico com algo
que me deixe inconsciente
a gente não se entende
papo de muitas ideias
desconexas
pensamentos invasivos
eu não sei como tô vivo
se eu sinto
que minha vida não é minha
mas meu corpo ainda caminha
rumo à direção desconhecida
se soubessem a guerra interna
me davam medalhas e honrarias
peito batuca arritmia
dia após dia todo dia
minha amiga inimiga ansiedade
trouxe lembranças que quero esquecer
trouxe entulhos que não quero ter
trouxe todos os erros
que tive de cometer
um chá, ligo a TV
barulho de fundo para entreter
as paredes e o meu ser
já não tão presente
respiro fundo (é o que restou)
eu ainda luto neste absurdo
sou o cúmulo; no meio do tumúlto
boto um sorriso no rosto
e se hoje não conseguimos
amanhã a gente tenta de novo.