joguei tudo pro alto.
perdi muito.
apostei tudo.
ganhei-me.
caminho pelo cotidiano
sorrindo a poeira
de ter ficado
tanto tempo
trancado nos meus medos.
agora sinto o sabor
da orgia entre a vida
e o tempo.
o suco de dois conceitos
me aparam pelo resto dos dias.
eu
sou
o acaso.
tornei-me
a soma das minhas escolhas.
e vendo a liberdade no espelho
no vidro nítido dos meus olhos
acredito que
acertei em cheio.
assim me despreocupo
de precisar ser
o que não sou.
assim me desacorrento
das tarefas inúteis
porque agora tudo é útil
tudo me faz.
meu túmulo terá orgulho de mim.
o que joguei pro alto
agora voa livre pelo vento.
e
de certa forma
eu também.