sexta-feira, 6 de novembro de 2020

MÁQUINA DE GUERRA

Nas piores noites imagináveis,
nessas que são imaginadas
dentro da mania
de pensar demais,
sento diante do
meu computador.
Declaro guerra.
Metralho o ócio
desprovido de poesia
como se fosse
caso de vida
ou morte. 
E não deixa de ser.
Mesmo que ninguém veja
a glória que é
mandar uma letra
atrás da outra,
eu continuo escrevendo.
Porque quando eu
parar, o coração
também vai.
Vou dar uma mijada,
abro outra lata,
até os olhos se
cansarem ou
as idéias não
fazerem sentido.
Ah, talvez nunca
tenham feito.
Vai saber.