tô doente de vida
pano molhado de álcool
na testa dos fatos
na febre dos tatos
eu tô vivo de momentos
ser humano de pedaços
eu vejo minha infância
eu não entendo minha criança
tão livre de meus erros
morrer é uma escolha impossível
que acontece sempre
o que são os outros quando não eu?
a parede
a parede
diz bege
como todos no trem
eu treinei minhas falas
e tropeço no nada
como gente cutuca o próprio vazio
bastou uma picada
fluiu caos nas veias do relógio
sangrou abismo aos olhos do espelho
tô doente do que desconheço
cabeça leve
igual poluição