mesmo no escuro de mim mesmo
apalpo as paredes da vida
porque sei que há um céu azul
em cima de todo dia nublado.
erro e troco feridas
até quando não quero
até quando não querem.
seu contador Geiger canta quando me vê.
fazer o quê?
eu só sei seguir em frente.
e os eclipses continuarão acontecendo
a gente estando lá para vê-los
ou não.
enquanto construo faíscas num incêndio
os outros pulam fogueira
porque suas felicidades
são suas responsabilidades.
mato uma garrafa e tento esquecer
da gente
disso tudo.
mesmo no escuro do futuro
me apego em algo que já estava aqui
em mim
antes mesmo de eu vir.
tomo um banho gelado.
suturo meus machucados.
eu só sei seguir em frente.