Passei o domingo inteiro tentando escrever.
Só lapidei palavras de barro.
Nada que fizesse jus ao que sentia.
Simplesmente não ia.
Os dedos gastavam-se nas teclas.
Mas na tela havia apenas espaço
e sujeira.
Resolvi tomar um café e
comer um pão de torresmo.
Alimentar os gatos.
Responder mensagens.
Procurar o reino dos céus.
Então voltei pro quarto,
sentei na cadeira e
quatro palavras surgiram:
você
é
um
nada
Aí me aliviei. Era exatamente isso.
Suspirei e fui dormir.