Sinto falta de ser minhoca
na terra de quem tem
só um coração.
Deixar que me partam,
doando-me como se
sentimentos fossem infinitos.
Mas agora
o que se pode fazer?
É hora de fingir.
Fingir até que saia o caldo.
Aí o caldo é verdadeiro.
Quem me vê hoje
verá meu limite
em relação à tudo.
Já esqueci tantas vezes
quem sou
que hoje sou
tudo o que posso ser
e já fui.
Descobrir-se é uma
estrada solitária.
Mas
o que se pode fazer?
Além de fumar uns cigarros,
beber uns trecos
e rezar pra que o
amanhã venha?
Bem, continuo amando.
A única linha que amarra
os bons momentos
uns nos outros
e que separa
os de má qualidade
do resto das lembranças.