Tenho nojo do ralo da
pia.
Dos restos de comida e
da água que não desce
o cano.
Tenho desejos simples e
ambições impossíveis
ao mesmo tempo.
Enlouqueço só quando
acordo.
Sinto meus lábios
suados
desejando o açúcar de
um novo café.
Rastejaria até o meio
das pernas de qualquer
alguém que me
quisesse.
Só penso em foder e
aí eu me fodo todo
o tempo inteiro.
Vou suturar meus erros
e
fazer deles um casaco
de pele.
E se me procurarem,
estarei diluído por
aí, num trem
ou numa alameda,
cantando o hino do
planeta.