Eu mexo o cigarro aceso
pra que a fumaça
o acompanhe enquanto
minha coluna beija a cama e
meu rosto encara o teto e
minha mente pensa no
metrô, no centro da cidade
na garoa, à noite.
Não há muito mais do que isso.
Não precisa ter.
Só um cara da periferia,
no seu quarto,
fumando seu último Eight.
Há tanta arte alí que eu
nem me atrevo a enfeitar
a cena com sentimentos.
Você sabe o que ele tá sentindo.
Você também é
bicho urbano.