eu e você, mais você do que eu.
já contei tantas vezes tudo que cê perdeu.
você me pergunta se já me doeu
interrompe a resposta, meu brilho é seu.
uma cidade de amigos manequins
fazendo o look pra mim
eu sou o que pareço.
o que estarei vestindo no fim?
vidro encosta na boca
um movimento, um movimento repetido
que se perde no próprio sentido
a única coisa que faz sentido.
balanço da cabeça para encachaçar mais rápido.
balanço patrimonial para amores.
hoje eu toco o som delapidado
o barulho do destino roubado.
sem título, sem mimo
sem nada como estímulo.
cafeína faz a vida
nas minhas veias a saída
é finita.
vire eternamente as costas
para aquilo que feriu.
lâminas afiadas cortam limões secos
e dedos
e medos
hoje eu bebo até a puta que pariu.
eu e você, mais você do que eu.
prestar atenção no outro virou doação.
vou prestar atenção na sua boca
falando nada com merda alguma.
balanço a poeira que suja meu chão.
balanço e caio
hoje eu faço, hoje eu faço
o nada que eu já deveria ter feito.