segunda-feira, 8 de setembro de 2025

NOITE DE ESCAPE

a sobriedade me cega
ao encontro do profundo
meu bem, sou um ser sujo
limpando a poeira dos olhos
e pulmões
e coração

respiro fundo
ar em demasia
uma boca à mais
pra respirar
minhas fantasias
já seria
um milagre

o gelo se afoga
na caipirinha mal produzida
tão boa quanto
as idas e vindas
de quem sumiu mais rápido
que a minha brisa

eu tenho paredes e copos
música, acordes
nada que muda
o jeito que acordo

acordei
mais uma vez
fumando meu tempo